Escabiose: O que é, Tipos, Causas, Sintomas e Tratamento

A escabiose, popularmente conhecida como sarna, é uma doença de pele altamente contagiosa causada por um ácaro microscópico. Caracteriza-se por coceira intensa e lesões cutâneas, afetando pessoas de todas as idades e classes sociais.

O que é escabiose?

A escabiose é uma infestação cutânea provocada pelo ácaro Sarcoptes scabiei var. hominis. Esse parasita penetra na camada superficial da pele, formando túneis onde deposita seus ovos. A resposta imunológica do hospedeiro ao ácaro e seus resíduos resulta em prurido intenso e lesões características.

Tipos de escabiose

1. Escabiose comum: Forma mais prevalente, apresenta pápulas eritematosas e prurido noturno acentuado.
2. Escabiose nodular: Caracterizada por nódulos persistentes, especialmente em áreas genitais e axilares, mesmo após tratamento adequado da forma comum.
3. Escabiose crostosa (norueguesa): Variante grave, com crostas espessas e alta carga parasitária, frequentemente observada em imunossuprimidos.

Causas e formas de transmissão

A escabiose é transmitida principalmente por:

• Contato direto pele a pele com indivíduos infestados.
• Compartilhamento de roupas, roupas de cama e toalhas contaminadas.
• Ambientes com aglomeração, como creches, asilos e prisões, facilitam a disseminação.

Sintomas da escabiose

Os sintomas incluem:

• Prurido intenso, especialmente à noite.
• Lesões cutâneas como micropápulas, vesículas e túneis, localizadas entre os dedos, punhos, axilas, abdômen e genitais.
• Em crianças, pode haver irritabilidade e distúrbios do sono.
• Complicações secundárias, como infecções bacterianas, podem ocorrer devido ao ato de coçar.

Diagnóstico

O diagnóstico é clínico, baseado na história e exame físico. A confirmação pode ser feita por:

• Dermatoscopia, identificando túneis e ácaros.
• Exame microscópico de raspado de pele, revelando ácaros, ovos ou fezes.

Tratamento da escabiose

O tratamento visa eliminar o ácaro e aliviar os sintomas:

• Permetrina 5%: Aplicação tópica é o tratamento de primeira linha.
• Ivermectina oral: Indicada em casos extensos, refratários ou em pacientes imunossuprimidos.
• Enxofre precipitado é alternativa tópica reservada para lactentes < 2 meses de idade ou gestantes.
• Tratar todos os contatos próximos, mesmo assintomáticos, é essencial para evitar reinfestações.
• Higienizar roupas e roupas de cama com água quente ou isolá-las por 72 horas.

Escabiose nodular recalcitrante

Um estudo recente relatou cinco casos de escabiose nodular persistente em jovens do sexo masculino, com idades entre 14 e 25 anos. Após tratamento inicial bem-sucedido com enxofre, os pacientes apresentaram nódulos pruriginosos resistentes a terapias convencionais, incluindo corticosteroides e tacrolimo. A administração de tofacitinibe, um inibidor de JAK, resultou em melhora rápida e significativa das lesões e sintomas, sem efeitos adversos observados durante o acompanhamento de seis meses .

Fatores de risco para resistência ao tratamento

Uma análise retrospectiva identificou fatores associados à resistência ao tratamento com permetrina 5% em pacientes com escabiose. Os principais fatores de risco incluíram mobilidade limitada e uso prévio de corticosteroides tópicos antes do diagnóstico. Esses achados sugerem a necessidade de estratégias de tratamento individualizadas para populações vulneráveis .

Cuidados e prevenção

Para prevenir a escabiose:

• Evitar contato próximo com pessoas infestadas.
• Não compartilhar itens pessoais, como roupas e toalhas.
• Manter higiene pessoal e ambiental rigorosa.
• Em ambientes coletivos, implementar medidas de controle de infecção e educação em saúde.

Quando procurar um dermatologista

Consulte um dermatologista se:

• Lesões persistirem após tratamento inicial.
• Houver suspeita de escabiose crostosa ou infecção secundária.
• O paciente for imunossuprimido, idoso ou criança pequena.

A escabiose é uma condição tratável, mas requer diagnóstico preciso e abordagem terapêutica adequada. Casos refratários, como a escabiose nodular, podem necessitar de tratamentos alternativos, como o tofacitinibe. A identificação de fatores de risco para resistência ao tratamento é crucial para o manejo eficaz da doença.

Referências

ZHAO, Yu-Kun et al. Recalcitrant nodular scabies showing excellent response to tofacitinib: five case reports. Therapeutic Advances in Chronic Disease, [S.l.], v. 14, p. 20406223231195632, 2023. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/37655266/. Acesso em: 1 maio 2025.

LEE, Ji Hye et al. Risk factors for scabies treatment resistance: a retrospective cohort study. Journal of the European Academy of Dermatology and Venereology, [S.l.], v. 36, n. 11, p. 1923–1929, 2021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34592030/. Acesso em: 1 maio 2025.