O que é Alopécia Areata? Causas, Sintomas e Tratamentos Atualizados

A Alopécia Areata é uma condição autoimune que causa a perda de cabelo em áreas específicas do corpo, como couro cabeludo, sobrancelhas e barba. Essa doença afeta a qualidade de vida e autoestima dos pacientes, sendo essencial compreender suas causas, sintomas e opções de tratamento para um manejo eficaz.

O que é Alopecia Areata?

Alopécia Areata é uma doença em que o sistema imunológico ataca os folículos pilosos, resultando em queda de cabelo localizada. Embora a causa exata seja desconhecida, fatores genéticos e ambientais têm papel importante. A condição pode surgir em qualquer idade e acomete igualmente homens e mulheres.

Principais Causas da Alopécia Areata

• Predisposição genética: Histórico familiar é um fator de risco significativo.
• Doenças autoimunes associadas: A Alopecia Areata pode evoluir concomitantemente com condições como tireoidite de Hashimoto, vitiligo, lúpus eritematoso sistêmico, diabetes tipo 1 e artrite reumatoide.
• Fatores ambientais: Exposição a agentes infecciosos ou toxinas pode desencadear a doença.
• Estresse: Eventos estressantes podem agravar ou precipitar a queda de cabelo.

Tratamentos Disponíveis para Alopécia Areata

Corticosteroides Tópicos

Os corticosteroides tópicos são amplamente utilizados para casos leves e moderados de Alopécia Areata. Esses medicamentos atuam reduzindo a inflamação e suprimindo a resposta imunológica local nos folículos pilosos. Entre os mais indicados estão:

• Propionato de clobetasol (0,05%): Um dos corticosteroides de alta potência mais eficazes para tratar placas pequenas ou moderadas de alopecia.
• Dipropionato de Betametasona (0,05%): Geralmente usado em áreas menos sensíveis, como o couro cabeludo.
• Furoato de mometasona (0,1%): Menos potente, mas adequado para uso em áreas sensíveis, como sobrancelhas.

O tratamento deve ser supervisionado por um médico, pois o uso prolongado pode causar efeitos colaterais, como atrofia da pele.

Imunoterapia Tópica

A imunoterapia tópica é uma abordagem utilizada para casos mais extensos ou resistentes. O medicamento mais usado é o difenilciclopropenona (DPCP), que induz uma dermatite de contato alérgica controlada. Isso desvia a atenção do sistema imunológico dos folículos capilares, permitindo a retomada do crescimento capilar.

• Como funciona: Aplica-se o DPCP semanalmente na área afetada, ajustando a concentração para evitar reações severas.
• Eficácia: Estudos mostram taxas de repilação significativas em até 60% dos casos, dependendo da extensão da doença e da adesão ao tratamento.

Suplementação Nutricional

Uma dieta equilibrada e rica em vitaminas e minerais pode auxiliar no crescimento capilar e no controle da inflamação. As principais substâncias recomendadas incluem:

• Vitamina D: Regula a função imunológica e está frequentemente baixa em pacientes com doenças autoimunes. Estudos sugerem que sua suplementação pode melhorar a resposta ao tratamento.
• Zinco: Essencial para o crescimento capilar e função imunológica. Níveis adequados ajudam na recuperação dos folículos pilosos.
• Biotina: Contribui para a formação de queratina, proteína-chave do cabelo.
• Selênio: Atua como antioxidante e protege os folículos contra danos causados por radicais livres.
• Ferro: Baixos níveis de ferritina estão associados à queda de cabelo; sua reposição é essencial, especialmente em mulheres.

A suplementação deve ser orientada por um médico, após avaliação clínica e laboratorial.

Atualizações no Tratamento segundo o Consenso da Sociedade Brasileira de Dermatologia

O último consenso da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) destaca avanços importantes no manejo da Alopecia Areata:

• Corticoterapia intralesional: Indicada como tratamento de primeira linha para placas pequenas e localizadas.
• Imunoterapia tópica: Reforçada como eficaz para casos mais extensos.
• Inibidores de JAK: Estudos recentes demonstram alta eficácia dessas medicações em casos severos. Porém, ainda não estão amplamente disponíveis no Brasil e exigem acompanhamento especializado devido ao potencial de efeitos adversos.

O consenso reforça a importância da abordagem individualizada, considerando os diferentes padrões de manifestação da doença.

A Alopecia Areata é uma condição complexa que requer diagnóstico e tratamento adequados para minimizar seus impactos na saúde física e emocional. Abordagens integradas, incluindo tratamentos convencionais, suplementação nutricional e manejo de doenças associadas, têm mostrado resultados promissores.

Se você enfrenta queda de cabelo ou deseja saber mais sobre como tratar a Alopécia Areata, marque uma consulta com um médico para descobrir o melhor tratamento para o seu caso!

Referências

RAMOS, Paulo Müller et al. Consenso sobre tratamento da alopecia areata − Sociedade Brasileira de Dermatologia. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 95, n. 5, p. 39-52, 2020. Disponível em: https://www.anaisdedermatologia.org.br/pt-consenso-sobre-tratamento-da-alopecia-articulo-S2666275220303131. Acesso em: 4 jan. 2025